Verdades universais a respeito da administração do lar

 

Por Carolina Agnelli*

1. A primeira vocação da mulher é o serviço, e o serviço dentro do lar. Enquanto a mulher não souber lidar com seu próprio lar e aqueles que estão nele ou à sua volta (mais próximos) ela não saberá fazer mais nada bem.

2. O trabalho profissional só é interessante para aquela mulher que já tem seu lar muito bem controlado e pode adicionar tarefas em cima das tarefas do lar. Portanto, não é para qualquer uma, pois somente gerir o lar já é uma grande e trabalhosa tarefa. Hoje temos um pensamento invertido: a vida profissional é para todas e a vida do lar não é para qualquer uma. A lógica é inversa! Todas somos chamadas a ser donas do nosso lar, e somente depois disso ter uma profissão.

3. Quando digo “tarefas do lar” quero dizer: serviço no ambiente doméstico e preocupação devida com aqueles que estão mais próximos. O caso mais óbvio é o da esposa, que gere seu lar, educa os filhos e agrada ao marido. Porém existe o caso da mulher consagrada, que não irá se casar, e portanto tem uma responsabilidade muito menor dentro de casa e consegue suportar mais as exigências de um trabalho profissional fora do lar… delas é o lugar de honra nas profissões que são melhores exercidas por mulheres: professoras, médicas, doulas, enfermeiras e assim por diante.

4. No lar, a mulher é a responsável pela maior parte do trabalho. Assim como na educação dos filhos a mulher é protagonista, na administração do lar também é. Toda a responsabilidade de que as coisas saiam bem são suas, e a maior parte do trabalho doméstico deve estar em suas mãos. O trabalho doméstico é visto como algo baixo, que não exige formação e portanto pode ser feito por qualquer uma, mas o trabalho doméstico exige muita inteligência, técnica, virtudes e especialmente o amor. Não é somente um trabalho, mas uma revelação: a revelação do amor em atos, ou seja, cuidado, unificação.

5. Da mesma forma que não se deve delegar a educação dos filhos, não se deve delegar o trabalho doméstico, pois ele é realmente uma materialidade do amor de esposa e mãe. Não se pode ser uma pessoa “limpa”, que se preocupa somente com educação, e deixa o doméstico de lado, pois ele faz parte da educação. Ele faz parte do amor matrimonial.

6. Por que as mulheres hoje exigem tanto a questão da ajuda em casa? Estão pensando em crescer no trabalho profissional, mas não em amor dentro do lar. Para a mulher, o lar e o serviço ao próximo são o mais importante, especialmente dentro da família e para a família. Ou seja, qual o ideal da mulher dos nossos tempos? Delegar todos os trabalhos domésticos, que são pura “tecnicidade”, — não se vê o brilho dele, o seu esplendor! — e se preocupar com seu trabalho, sua carreira, suas leituras etc. etc. que seriam algo muito mais elevado — se pensa — que o trabalho doméstico.

7. Veja, quem pode substituir uma mulher no lar? Ninguém ama aquelas pessoas como a mãe ou esposa ama. Ninguém quer dar tudo a elas como a mãe ou esposa. Ninguém fará isso por aquelas pessoas se não for a mãe e a esposa. Já no mercado de trabalho, a mulher é substituída facilmente por um homem. O homem está há anos luz da mulher em termos profissionais, pois ele tem a natureza voltada a essa conquista do mundo lá fora, e nós não. Um homem faria mil vezes melhor nosso trabalho profissional no mundo, ele não está preocupado naturalmente com a educação e bem estar dos filhos como nós, não está voltado ao lar naturalmente como nós, não tem os hormônios e a sensibilidade como nós. Queremos trocar um trabalho em que somos insubstituíveis por um trabalho em que com facilidade esqueceriam da nossa existência.

8. É possível ter ajuda? Quando é essencial, de quem? Como tê-la? A ajuda é somente para aquela mulher que já fez tudo por conta própria. Que já sabe a justa medida de cada coisa (o banheiro se limpa assim, a comida boa se faz assim, das roupas se trata assado, o chão se limpa assado e assim por diante.) A ajuda deve ser vista não com transmissão de responsabilidade, mas aplicação de algo que a mulher já testou e deu certo. Cada mulher deve saber o seu limite e nunca delegar mais da metade das tarefas domésticas. O máximo que ela mesma puder fazer, melhor. A mulher nunca deve ter mais responsabilidade no trabalho profissional do que ela tem em casa, especialmente as casadas. Nunca deve se sentir mais chamada a se entregar no trabalho do que se sente a se entregar em casa. Cada mulher avalie com prudência e magnanimidade de coração isso. Nos dias de hoje, as domésticas ou babás estão cada vez menos profissionais. São profissões vistas como baixíssimas e que ninguém quer ter, é um fruto da desvalorização do trabalho doméstico — “qualquer uma sabe fazer, não precisa de formação acadêmica” é o que se pensa, mas não é assim, como exige formação de caráter e de inteligência para essas tarefas… é que nos acostumamos a aceitar um trabalho medíocre em prol de outros interesses. Portanto, é ainda mais perigoso ter alguém que não procure a excelência no trabalho e na vida dentro da sua casa. O contato deve ser reduzido ao mínimo, somente ao estritamente necessário para que a mulher tenha o suporte desejado.

9. Filhos que ajudam na administração da casa e cuidado dos irmãos amadurecem de forma mais concreta, pois encaram a responsabilidade e o sacrifício efetivamente bem no momento em que estão formando suas primeiras virtudes e personalidade. Isso irá refletir grandemente em suas escolhas e vida pessoal quando forem independentes dos pais.

10. A educação dos filhos e o trabalho doméstico se complementam. Uma mãe que é dona do seu lar, sabe reunir a família em torno de uma mesa em que ela preparou tudo, sabe dar o clima do lar por meio da sua organização e cuidado, é uma mãe completa.

 

*Carolina Agnelli é especialista em Filosofia da Arte, Estética e História da Arte.
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