Curtas de Itajaí levam os prêmios de Júri Popular, Oficial e Especial Imprensa na Mostra Catarinense do FAM 2022
Boreal, longa-metragem de ficção de Federico Adorno (Paraguai/México) e o curta Poder falar: uma autoficção, de Evandro Manchini (RJ), vencem as principais categorias do 26º Festival Internacional de Cinema Florianópolis Audiovisual Mercosul – FAM 2022.
A cerimônia oficial nesta noite de quarta-feira (28), com a sala de cinema lotada e manifestações políticas durante a entrega do Troféu Panvision e prêmios dos parceiros do festival aos vencedores, encerrou a 26ª edição consecutiva do FAM. Ao todo, foram realizadas 95 atividades e o 6º Encontro de Coprodução do Mercosul – ECM+LAB, no CineShow Beiramar Shopping, Hotel Majestic e Museu de Florianópolis-SESC.
O idealizador do FAM, Antonio Celso dos Santos, agradeceu o público e realizadores e destacou que o FAM acontece há 26 anos em edições sempre muito potentes. “O FAM, nesses anos todos, é uma construção coletiva, muita gente colaborou para que chegássemos hoje aqui. Me sinto muito feliz e esperamos que a cultura volte a ter um valor grande nesse país”.
A gerente regional de Operações do Sul Neorede Vero Internet, Dandara Ramos, disse estar feliz em patrocinar e participar de um evento como o FAM. Para o gerente regional do Sebrae Santa Catarina, Roberto Tavares de Albuquerque, destacou a programação intensa de mostras, o evento de fomento ao mercado e o auxílio aos negócios dos empreendedores do audiovisual por parte do Sebrae.
A diretora de Programação da Panvision e presidente da Cinemateca Catarinense ABD/SC, agradeceu o público presente nos dias do festival e o CineShow como parceiro de exibição na edição de 2019, em cinco salas, e agora. Juntamente com Ana Lígia Becker, representando o presidente da Fundação Catarinense de Cultura, Edinho Lemos, Marilha apresentou o site do Programa Qualifica SC Cine, desenvolvido pela Cinemateca Catarinense, com mais de 20 cursos e 499 vagas para qualificação dos profissionais do audiovisual no estado.
Entre seis filmes da Mostra Longas (Ficção e Documentário), o Júri Oficial escolheu a ficção Boreal, de Federico Adorno (Paraguai/México), filme que denuncia e remete à dura realidade cíclica de exploração do homem e a hostilidade da natureza, segundo a justificativa do júri. Adorno, emocionado, recebeu o Troféu Panvision. Pelo Júri Popular, o Melhor Filme é o brasileiro Quando falta o ar, de Ana Petta e Helena Petta, representante do filme, a médica de família Maiara, destacou o trabalho exaustivo dos profissionais do SUS durante a pandemia de Covid-19 e a necropolítica do governo em relação à doença.
Na Mostra Curtas, pelo Júri Popular, o vencedor é Dois Riachões: Cacau e Liberdade, de Fellipe Abreu e Patrícia Moll (SP). O filme premiado pelo Júri Oficial, Poder Falar: Uma Autoficção, de Evandro Manchini (RJ), é uma autobiografia após o diagnóstico positivo para HIV. O júri destacou a coragem do diretor em contar sua própria história pela quebra de preconceitos e destaque para a qualidade audiovisual, ao jogo de luz, linguagem inovadora e estética potente. Os jurados também concederam um prêmio especial para o curta Keradó, de Andrés Castillo e Diego Castillo.
A Mostra Curtas Catarinense premia e estimula as produções estaduais. Os dois filmes premiados vêm de Itajaí, do curso de Produção Audiovisual da Univali. O curta vencedor pelo Júri Popular da mostra e também pelo Prêmio Especial Imprensa Catarinense é a produção Artistas Invisíveis, de Nadjara Cardoso, que fala sobre a invisibilidade dos artistas negros. O Júri Oficial escolheu como Melhor Curta Catarinense Sonido, de Gabriely Kaiser, sobre uma personagem sensível à música e a todos os sons.
Na Mostra Infantojuvenil, o vencedor pelo Júri Popular é Anônima, de Santiago José Asef, realizado por alunos do CEIT Leonel de Moura Brizola de Bombinhas/SC, e pelo Júri Oficial, Meu nome é Maalum, de Luísa Copetti (RJ).
O melhor Videoclipe pelo Júri Popular é Chorar, de Juliana Segóvia (MT), e pelo Júri Oficial, Pensando em Mim, de Raymundo Calumby (SE).
O prêmio do Júri Popular da primeira edição da Mostra Especial Lei Aldir Blanc, composta por filmes produzidos com recursos do auxílio emergencial, é A Orquestra das Diretas, de Caue Nunes (SP), e, na escolha do Júri Oficial, Antes de Falar de Amor, de Sarah Tavares (MG).
O Prêmio Recam, da Reunião Especializada de Autoridades Cinematográficas e Audiovisuais do Mercosul, vai para o curta O destino da Senhora Adelaide, de Breno Alvarenga e Luiza Garcia, selecionado entre todos os curtas exibidos nas diferentes mostras, que receberá serviços de acessibilidade. Os filmes Keradó, de Andrés Castillo e Diego Castillo, Dois Riachões: Cacau e Liberdade, de Fellipe Abreu e Patrícia Moll (SP) e Teo, o menino Azul, de Hygor Amorim, irão participar do Circuito Recam. O Júri também concedeu destaque especial a Meu nome é Maalum, de Luísa Copetti.
Na Mostra Wip, composta por filmes em pós-produção, parte do ECM+LAB, o vencedor pelo Júri Oficial e Popular é Os Sapos, de Clara Linhart (RJ).
No Rally Universitário, maratona em que 30 estudantes de diversos países realizaram cinco curtas-metragens em 100 horas, a equipe vencedora é a Equipe 1, composta por Anderson Nicolás Peña Téllez, Flora Campana Dias de Souza, Guilherme Klabunde, Isabela Souza Campos, Johnny Polo Espinozza e Johnny Mallman, com o filme Tormento. Os filmes produzidos foram exibidos na cerimônia e muito comemorados pelos participantes.
Após a premiação, o longa-metragem convidado Mares do Desterro, de Sandra Alves, realizado em Florianópolis, encerrou o festival. A equipe do filme esteve presente e subiu ao palco com uma faixa que alertava sobre os dados de abuso sexual e violência, temas do filme. Foram registrados 179 mil casos de estupro no Brasil entre 2017 e 2022, desses, 35% ocorreram com crianças de até 10 anos, e 74% contra meninas.
ECM+LAB 2022
A 6ª edição do Encontro de Coprodução do Mercosul teve a participação de 28 players e mais de 200 horas de negócios envolvendo 190 projetos, participantes do Laboratório de Projetos, Biblioteca, Pitching e reuniões.
Tiago dos Santos, produtor executivo da Panvision, destacou os resultados gerados com a realização do ECM ao mencionar a presença de filmes nas Mostras WIP e Longas este ano que foram participantes do Encontro de Mercado em edições anteriores do FAM.
Os projetos ganhadores de consultorias são Ninho Tinto, de Valéria Hidalgo, pelo Projeto Paradiso, e Las Tormentas Tropicales, de Florencia Antúnez, pela Independent Distribution Agency – IDA.
Recebem passe direto para participar dos mercados parceiros do FAM os seguintes filmes e séries: Fim de Ano, de Vânia Alves Lima (Brasil), no SANFIC INDÚSTRIA (Chile), o longa de ficção Mar das Árvores, de Aletéia Selonk (Brasil), no ODS LAB, o longa ficção Pájaro Sagrado, de Walter Alvarez (Chile), no Bolivia Lab e Luciano, de Juan Diego Kantor (Argentina), na SAPCINE (Colômbia).
O ECM+LAB é uma realização da Associação Cultural Panvision e Muringa Produções Audiovisuais, e conta com o apoio institucional Associação Brasileira da Produção de Obras Audiovisuais – APRO, Brasil Audiovisual Independente – BRAVI, Sindicato da Indústria Audiovisual de Santa Catarina – Santacine, Sindicato dos Trabalhadores na Indústria Cinematográfica e do Audiovisual do Estado de Santa Catarina – Sintracine e Cinemateca Catarinense-ABD/SC, Cámara Paraguaya de Empresas Productoras de Cine y Televisión – Campro, Asociación de Productores y Realizadores de Cine del Uruguay – Asoprod, Asociación de Productores Independientes de Medios Audiovisuales independientes – Apima e apoio Projeto Paradiso.
O 26º Florianópolis Audiovisual Mercosul – FAM 2022 é produzido através da Lei de Incentivo à Cultura com Apoio Engie e Prefeitura Municipal de Florianópolis, Patrocínio Itaú Unibanco, Vero Internet e Sebrae, com realização da Associação Cultural Panvision, Muringa Produções Audiovisuais, Prêmio Catarinense de Cinema 2021, Fundação Catarinense de Cultura, Estado de Santa Catarina, Secretaria Especial da Cultura, Ministério do Turismo.
Confira a lista completa de premiados do FAM 2022:
MOSTRA LONGAS FICÇÃO E DOCUMENTÁRIO
Melhor Filme | Júri Popular:
Quando falta o ar, de Ana Petta e Helena Petta (Brasil)
Melhor Filme | Júri Oficial:
Boreal, de Federico Adorno (Paraguai/México)
MOSTRA CURTAS
Melhor Filme | Júri Popular:
Dois Riachões: Cacau e Liberdade, de Fellipe Abreu, Patrícia Moll (Brasil, SP).
Melhor Filme | Júri Oficial:
Poder Falar: Uma Autoficção, de Evandro Manchini (Brasil, RJ)
Prêmio Especial | Júri Oficial:
Keradó, de Andrés Castillo e Diego Castillo (Colômbia)
MOSTRA CURTAS CATARINENSE
Melhor Filme | Júri Popular:
Artistas Invisíveis, de Nadjara Cardoso (Brasil, Itajaí/SC)
Melhor Filme | Júri Oficial:
Sonido, de Gabriely Kaiser (Brasil, Itajaí/SC).
Melhor Filme | Prêmio Especial Imprensa Catarinense
Artistas Invisíveis, de Nadjara Cardoso (Brasil, Itajaí/SC)
MOSTRA ESPECIAL LEI ALDIR BLANC
Melhor Filme | Júri Popular:
A Orquestra das Diretas, de Caue Nunes (Brasil, SP)
Melhor Filme | Júri Oficial:
Antes de Falar de Amor, de Sarah Tavares (Brasil, MG).
MOSTRA INFANTOJUVENIL
Melhor Filme | Júri Popular:
Anônima, de Santiago José Asef e alunos do CEIT Leonel de Moura Brizola (Brasil, Bombinhas/SC)
Melhor Filme | Júri Oficial:
Meu nome é Maalum, de Luísa Copetti (Brasil, RJ)
MOSTRA VIDEOCLIPES
Júri Popular:
Chorar, de Juliana Segóvia (Brasil, MT)
Júri Oficial:
Pensando em Mim, de Raymundo Calumby (Brasil, SE).
MOSTRA RALLY UNIVERSITÁRIO
Tormenta, Equipe 1 (Brasil, Florianópolis)
MOSTRA WIP (Work in Progress)
Os Sapos, de Clara Linhart (Brasil, RJ).
ECM+LAB
Prêmio Consultoria Projeto Paradiso
Ninho Tinto, de Valéria Hidalgo Mirá Vos Audiovisual | Brasil
Sanfic Indústria
Fim de Ano, de Vânia Alves Lima | Têm Dendê Produções | Brasil
ODS Lab
Mar das Árvores, de Aletéia Selonk | Brasil
Bolivia Lab
Pájaro Sagrado, de Walter Alvarez | Alva Films Spa | Chile
Sapcine
Luciano, de Juan Diego Kantor | Reina de Pike Srl. | Argentina
Beyond Patagônia, de Manuel Fernandéz Arroyo | El Rompehielos | Argentina
Independent Distribution Agency – IDA
Las Tormentas Tropicales | Florencia Antúnez | Doménica Films | Argentina